
Pe. Iran Gomes Brito*
Somos peregrinos da esperança e não andarilhos sem rumo. Esta sentença nos remete à compreensão de que temos uma meta e uma missão: a meta é Cristo, nosso Senhor, a missão é fazê-lo conhecido e amado cada vez mais, no empenho colaborativo de cada homem e de cada mulher de fé e de boa vontade, para melhor servir a Deus, servindo ao seu fiel e santo povo. O compromisso, portanto, é este: esperançar o mundo.
Neste sentido, o Papa Francisco motiva toda a Igreja para o jubileu ordinário de 2025 – porque é um ano de misericórdia, pois, para todos é facilitada a remissão dos pecados e as penas correspondentes. Esta graça é para todos e ninguém ficará excluído – somos chamados à conversão pessoal e comunitária. Descortina-se a graça do perdão, mediante o sacramento da reconciliação e das indulgencias especiais concedidas aos vivos e aos mortos.
A esperança a que somos chamados a ser sinal e a promover não cede nas dificuldades
A bula de proclamação do jubileu pondera: “é o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida”. A esperança a que somos chamados a ser sinal e a promover não cede nas dificuldades, funda-se na fé e é alimentada pela caridade, o que nos permite avançar na vida, para além dos contratempos e ventos contrários.
Com Jesus e para Jesus, importa que a humanidade se decida por avançar, sempre. E na peregrinação humanitária, três verbos a serem conjugados como um hino que embala a caminhada: crer, esperar e amar, pois tratam-se de impulsos que dinamizam a alma rumo à eternidade. Só quem mantiver fixo o seu olhar na pessoa de Cristo irá perseverar até o fim na própria vocação. Aqui surge uma pergunta: qual é a comum vocação de todas as pessoas?
A comum vocação de cada pessoa é a de ser no mundo um sinal de esperança, isto é, desempenhar o sentido humanitário da existência. E o sentido da vida é trazido por Jesus, que todo ser humano seja: “sal da terra e luz do mundo”, “fermento que leveda a massa”. Ou ainda: “quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo”.
Não somos andarilhos sem rumo, ou seja, que não sabe o sentido genuíno da existência, mas, discípulos de Jesus Cristo, para fecundar o mundo com os valores do Evangelho, avaliando as nossas relações e construindo o bem comum!
O que faz uma pessoa ser serva autêntica, dom de Deus e, por isso, sinal de esperança, é a sua disposição espiritual de configurar-se a Cristo. Ora, seduzida por Cristo, transforma-se igualmente em instrumento para gerar a fraternidade. Portanto, arautos da esperança que não desilude é o nosso compromisso humano, cidadão e cristão. Para tanto, importar saber que: “olhar para o futuro com esperança equivale a ter também uma visão da vida carregada de entusiasmo para transmitir”. Não somos andarilhos sem rumo, ou seja, que não sabe o sentido genuíno da existência, mas, discípulos de Jesus Cristo, para fecundar o mundo com os valores do Evangelho, avaliando as nossas relações e construindo o bem comum!
*Reitor do Seminário Diocesano de Balsas
Reitor da Faculdade Católica do Maranhão
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