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A Igreja celebra o mês missionário

Atualizado: 12 de nov. de 2020

Eis-me aqui, envia-me!


Dom Elio Rama, IMC

Bispo de Pinheiro - Ma.


Divulgação


O ano passado a Igreja celebrou o mês missionário com o tema, “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo.” Neste ano, como que em uma resposta traz o tema: “Eis-me aqui, envia-me”(Is 6,8). Esse trecho retirado do livro do Profeta Isaías, narra a resposta do Profeta ao apelo do Senhor quando pergunta “Quem enviarei?”.



Como nos diz Sua Santidade, o Papa Francisco, na Meditação na Praça São Pedro (27/03 2020), “nós fomos surpreendidos por uma tempestade, que nos deixou frágeis, desorientados”, vulneráveis e com medo assim como ocorrera com os discípulos  na barca. Tudo que a nossa humanidade tem passado tem nos ensinado a nos colocarmos mais a disposição e a serviço do outro, do mais necessitado, do mais fragilizado, do mais vulnerável; isso implica uma missão, uma grande missão; tem nos ensinando que por mais que pareça que o Senhor esteja dormindo, nós não estamos sozinhos, estamos todos na mesma barca. O Senhor está conosco!


O Papa Francisco, em sua Mensagem para o Dia Mundial para as Missões, nos faz recordar da beleza e grandiosidade da missão de cada um. “No sacrifício da cruz, Deus revela seu amor por todos e pede-nos disponibilidade pessoal para ser enviados, porque Ele é amor em perene movimento de missão. Jesus, atrai-nos com seu próprio Espírito e envia-nos em missão”.


O isolamento e distanciamento físico nos fizeram redescobrir a necessidade das relações sociais e comunitária

A palavra Missão vem do latim mitto, que quer dizer, enviar. Deus envia seu Filho. Jesus, envia a Igreja. Jesus faz a Igreja sair de si mesma, através de Seu Espírito Santo que a conduz.  Neste tempo de grandes desafios ocasionados pela Covid-19 e por tantos outros males que assolam a humanidade, física, emocional e moralmente, a missão da Igreja torna-se bem mais desafiadora, pois o medo, as tribulações, as perdas, o isolamento, a pobreza, a fome, a incerteza, a insegurança batem com mais insistência na porta de muitos dos nossos irmãos. O isolamento e distanciamento físico nos fizeram redescobrir a necessidade das relações sociais e comunitária.


As nossas relações ganharam um novo sentido. A ausência dos abraços, dos beijos, dos cumprimentos, nos fizeram perceber uma via dupla: se por um lado parecia-nos que os fazíamos por mera rotina, por outro, vemos como nos faz falta. Hoje damos uma nova importância a tudo o que tínhamos com tanta naturalidade e disposição. E é essa experiência de estar longe, de não poder abraçar, tocar, de estar junto que deve questionar o nosso coração: como eu tenho vivido a minha missionariedade? Será que estou esperando tudo isso passar para me fazer presente na vida do irmão? Quanto tempo mais eu vou esperar para estender o braço a quem caiu, dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, de vestir o nu, de ajudar quem mais precisa? Vou esperar as igrejas reabrirem “normalmente” para fazer conhecido o nome e Evangelho de Jesus?


Nesse tempo de isolamento, de quarentena, muitos interpretaram como um tempo de perdas (o que na verdade para muitos foi), porém, foi também um tempo de muitos ganhos.


Ganhamos mais tempo para rezar, para ler e meditar a Palavra de Deus, para ouvirmos o outro a distancia (pelas redes sociais – o mundo nunca esteve tão conectado virtualmente como agora), tempo para nossa família, para nos conhecer, para estarmos em intimidade conosco mesmos. Quantos de nós aproveitamos este tempo para isto? Ou ainda vamos esperar tudo voltar ao normal? O outro não deve ser evangelizado só quando vai a Igreja.


Nossa Igreja é missionária. É Igreja em saída.


Isso me faz lembrar as Sagradas Escrituras. Os discípulos estiveram por três anos com o Senhor, viram tantos milagres, alguns operados pelas mãos deles mesmos, viram o Senhor morrer, ressuscitar, subir aos céus, mas ainda tinham medo. A missão dada a eles só obteve a resposta que o Senhor esperava depois de lhes ser derramado o Espírito Santo. Nós já o temos. Nós o recebemos no nosso Batismo. O que mais nos falta? É hora de assumirmos nossa missão.


A nossa vocação nasce no nosso batismo

O Catecismo da Igreja Católica no paragrafo 900 nos diz: “Uma vez que, como todos os fiéis, os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, eles tem a obrigação e gozam de direito individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo.”


A missão evangelizadora não é inerte

A nossa vocação nasce no nosso batismo, quando nos tornamos filhos e filhas de Deus, porém a resposta à missão que nos é confiada (por sermos filhos de Deus), precisa ser livre e consciente e nós só a podemos experimentar por inteira, quando nos permitimos ter uma relação pessoal de amor com o Senhor vivo na Igreja (Papa Francisco).


A missão evangelizadora não é inerte. Ela está sempre em movimento. Somos nós que agimos quando nos dispomos a anunciar o Evangelho, como nos pediu o Senhor: “Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo vos mandei” (Mt 28,19-20),  e quando o fazemos por  e com amor. O amor é o que alimenta, é o combustível da missão: “É o amor de Deus por todos os homens, que desde sempre, a Igreja a Igreja vai buscar a obrigação e o vigor do seu ardor missionário.” (CIC p. 851).


Portanto, não pensemos que o Senhor exige muito de nós. Hoje temos tempo e certamente outras coisas para ofertar a Deus e aos irmãos. Como faremos a nossa missionariedade? Como faremos para que o outro conheça o Senhor e o Seu Evangelho? O que eu posso fazer? Como o farei?


Uma sugestão.


Mande para todos os seus contatos de redes sociais mensagens falando do amor infinito e incondicional de Deus por cada um de nós ou além de disso, pergunte se ela/ ela precisa de alguma coisa que tu possas fazer? Diga que ela/ele não estão sozinhos. Que quando tudo passar nós continuaremos juntos; hoje e amanhã juntos.


Neste tempo mais ainda somos chamados, convocados a ser missionários. Abramos o nosso coração e respondamos com amor ao apelo do Senhor dizendo:

eis-me aqui! Envia-me!

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