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“Somos chamados a contribuir na busca pela paz”, diz assessor da Pastoral da Educação sobre ataques

Nas últimas semanas temos acompanhado alguns casos de violência nas escolas em diferentes partes do país. Além disso, a promoção de Fake News sobre ações coordenadas sobre ataques a instituições de ensino, têm deixado as famílias em estado de alerta. Com o objetivo de combater as notícias falsas e conhecer o que a Igreja Católica tem realizado no país no que se refere à educação, o Portal Vida e Família conversou com o assessor da Comissão Episcopal de Cultura e Educação, Pe. Júlio César Evangelista Rezende. Na entrevista, ele orienta como pais e professores católicos podem atuar para que a cultura do ódio não seja propagada entre as crianças e adolescentes.


Confira a entrevista:

Qual seria o papel da Pastoral da Educação diante da ocorrência desses casos?

Diante desta situação complexo, nossa primeira atitude é de solidariedade com todas as às famílias, aos educadores e todos os estudantes das escolas que sofrem ameaças. Como educadores, discípulos de Jesus, aquele que ressuscitado, nos indica caminho da construção da paz, queremos contribuir somando força aos múltiplos esforços para superação da violência, do medo e da intolerância. Neste sentido, cada agente de pastoral nos espaços escolares é chamado, de forma muito concreta no contexto atual de medo e insegurança a ser uma presença que contribua no discernimento em vista de fomentar a pacificação. A orientação pastoral é colaborar com os esforços dos governos, das forças de segurança pública, da ANEC e das famílias na busca por ambientes mais tranquilos e de fraternidade.


E como poderia atuar para preveni-los?

A prevenção é fundamental, por isso é importante valorizar as experiências e projetos educativos que ressaltam o lugar do diálogo. Pelo diálogo, constroem-se pontes de amor e paz em lugar de muros de ódio. Diante de uma cultura do ódio, fortalecer a escola como lugar da reflexão e do olhar atento sobre a realidade. Propor trabalhos interdisciplinares que ajudem a identificar e nomear os lugares, situações, ambientes onde o ódio é disseminado. Importante que os processos educativos também reflitam junto com os estudantes e a comunidade escolar as raízes e as causas da intolerância.


Outro aspecto central é a cultura da escuta e da sensibilidade, por isso sensibilizar a comunidade escolar para a importância de manter um ambiente de confiança mútua, hospitalidade, colaboração e diálogo. O fechamento, o isolamento e a indiferença podem agravar as sensações de medo, desconfiança e insegurança.


A partir da iluminação bíblica: ‘amai-vos uns aos outros’ Jo 13,34, resgatar o compromisso na construção de relações de fraternidade e respeito. A pessoa de Jesus é ícone de unidade e cuidado uns com os outros.


Sabemos que não são todas as cidades que contam com a Pastoral da Educação. Então, como é possível às comunidades paroquiais favorecerem esse serviço?

A presença das comunidades eclesiais nos espaços educativos pode acontecer de várias formas, não apenas pela pastoral da educação. Se motivarmos os educadores católicos que estão na sala de aula para serem porta-vozes de uma educação humanizada e que gera fraternidade já estamos ajudando muito. Cada paróquia deve ir ao encontro das escolas como samaritanos que desejam servir, cuidar e colaborar com iniciativas que promovam o diálogo e a paz. A criação da Pastoral da Educação é uma maneira organizada e estruturada de levar à frente este diálogo escola e Igreja.


Nas famílias, o que é preciso ser feito para que seus membros não entrem na onda do ódio? E como os pais podem auxiliar seus filhos a não serem atores de crimes como esses?

Inspirados na convocação da Papa Francisco, com o Pacto Educativo Global, podemos retomar o provérbio africano: “Para educar uma criança é necessária uma aldeia inteira”. Não é possível promover a cultura da não-violência de forma isolada, a família, escola e sociedade em mútua colaboração precisam pensar juntos. Neste sentido, a família é espaço privilegiado para conversar e buscar entender os sentimentos das crianças, adolescentes e jovens. Neste momento difícil é urgente este empenho conjunto, a família é a primeira responsável pela formação das novas gerações, mas deve assumir essa tarefa em colaboração com a escola.


Há um receio crescente em algumas localidades se os pais podem confiar na segurança do ambiente escolar. Como a Pastoral da Educação tem atuado para enfrentar essa realidade?

Estamos em diálogo com os coordenadores dos regionais em vista de propor ações pastorais em vista de um esforço conjunto. Os agentes de segurança pública são capacitados para cuidar do bem-estar da sociedade, como educadores e agentes de pastoral nossa tarefa é colaborar. Vale aqui recordar, que as orientações dos agentes de segurança é que busquemos superar a disseminação de falsas notícias que fazem crescer o medo e pânico entre as pessoas.


Com informações de André Luiz, portal Vida e Família.



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