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Situação das famílias maranhenses é vista em reunião do Conselho Permanente da CNBB



Iniciou na última terça-feira, 21, a reunião do Conselho Permanente (CP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em sua sede em Brasília (DF). Esta é a última reunião do CP no quadriênio (2019-2023) que chega ao fim antes da 60ª AG CNBB, assembleia na qual se abre um novo ciclo para a entidade com eleições gerais (nova presidência e responsáveis pelas Comissões).


Do Regional Nordeste 5 da CNBB, participam dom Sebastião Bandeira, bispo de Coroatá (MA) e presidente do Regional NE 5, dom Valdeci Mendes, bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora, e de forma remota, dom Francisco Lima Soares, bispo de Carolina (MA) e Coordenador do grupo de Análise de Conjuntura da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.


Análise de conjuntura social e eclesial

A reunião será finalizada nesta quinta-feira, 23, após a análise dos 17 itens da pauta, entre os quais estão as análises de conjuntura social e eclesial, a avaliação do último quadriênio (2019-2023) e a 60ª AG CNBB. A análise de conjuntura social foi feita por dom Francisco Lima, bispo de Carolina (MA), de forma remota.


Mestre em sociologia e doutor em Ciências da Educação, dom Francisco Lima Soares, apresentou a análise de conjuntura social e política com o título “90 dias que marcarão o nosso futuro” e foco nos últimos três meses (dezembro de 2022 e 2023).


“O Brasil e o mundo estão submetidos à uma época e um cenário com um conjunto de acontecimentos – velhos e novos – que marcarão nosso futuro”, apontou a análise.

Ajuda humanitária

O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora, dom José Valdeci Santos Mendes, partilhou com os demais membros do Conselho Permanente a situação vivida pela comunidade tradicional Baixão dos Rocha, no município de São Benedito do Rio Preto (MA), diocese de Brejo (MA). O conflito entre camponeses e empresas que reivindicam as terras da comunidade tradicional foi intensificado nos últimos anos e chegou ao ponto de homens armados incendiarem casas e expulsarem moradores. Dom Valdeci lamentou a “truculência que está acontecendo nas comunidades” e leu uma nota preparada pela diocese de Brejo.


Pela situação de vulnerabilidade das famílias, os membros do Conselho Permanente aprovaram o envio de 100 mil reais para apoiar as famílias.


Dom José Valdeci partilha situação do Maranhão | Foto: Luiz Lopes Jr/CNBB

Sobre o caso

Na madrugada deste domingo (19/03), por volta das 4h da manhã, a Comunidade Tradicional Baixão dos Rochas, em São Benedito do Rio Preto (MA), município localizado a cerca de 240 quilômetros de São Luís. As famílias tiveram suas casas destruídas e incendiadas e foram obrigados a deixar suas terras durante a madrugada. As 57 famílias moram na comunidade há mais de 80 anos e vivem da agricultura familiar e do extrativismo. Os conflitos começaram em 2021, quando duas empresas ligadas ao agronegócio iniciaram o plantio de soja na região.


Homens fortemente armados chegaram num grupo de aproximadamente 15 pessoas, numa toyota hilux, uma van e dois tratores. As casas foram invadidas e incendiadas, idosos, crianças e familiares foram expulsos e saíram sob ameaças. Um grupo de idosos e uma criança foram mantidos reféns. A comunidade teve os pneus das motos furadas. Cachorros, galinhas e outros animais foram mortos. Os alimentos em estoque, da comunidade, foram saqueados. As famílias estão apavoradas. Há temor pela vida dos trabalhadores e trabalhadoras.


A comunidade Baixão dos Rochas é constituída por 57 famílias. Elas estão no local há mais de 80 anos. A atividade principal é a agricultura familiar e o extrativismo. A área tem aproximadamente 600 hectares. A moradora mais idosa da comunidade possui 85 anos. Sua família está na quarta geração, dentro do território. Duas empresas iniciaram a invasão do território em 2021. Jagunços passaram a ameaçar os moradores.


Os invasores passaram a desmatar o território, sem licença ambiental, para plantio de soja. Posteriormente ajuizaram ação de reintegração de posse para expulsar as famílias. O processo tramita hoje na Vara Agrária do Maranhão. As terras são públicas. O próprio ITERMA já identificou que as terras foram griladas, não havendo sequer origem de registro. Várias pessoas, sobretudo os idosos, têm severos problemas de saúde mental, depressão, ansiedade e insônia.


Com informações da CNBB.

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