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Fórum das Mulheres Amazônicas: “de e para mulheres”

No âmbito do processo de escuta da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) organizou o Fórum Temático Mulheres da Pan-Amazônia “de e para mulheres”.



Luis Miguel Modino

assessoria de comunicação CNBB Norte 1


O encontro virtual, ocorrido no dia 24 de junho, contou com a participação de cerca de 80 mulheres, a grande maioria dos 9 países que compõem a região Pan-Amazônia. Junto com as contribuições das mulheres presentes, foram enviadas anteriormente, as respostas de 173 mulheres, que responderam a um questionário simples.


Durante o Fórum, as mulheres refletiram sobre: "a força e a importância do rosto feminino da Igreja na região, e a necessidade de fazer cada vez mais esforços para provocar mudanças na estrutura da Igreja, porque sem isso, qualquer novo ministério que seja criado irá reproduzir o clericalismo".


Na Amazônia, as mulheres querem uma Igreja com a "mística do nós", retomando as palavras de Evangelii Gaudium. Dessa forma, ratificam um sonho coletivo: "Queremos uma Igreja que seja um discipulado de iguais, uma Igreja sinodal, em que a verticalidade dê lugar à circularidade".


Denunciando realidades presentes na região amazônica, as mulheres insistem que "a invisibilidade das mulheres é um terreno fértil para a violência". Por conseguinte, reivindicam: "a necessidade de reconhecimento público dos nossos serviços". Não se trata de dominação, porque, segundo as mulheres participantes do Fórum, elas não estão interessadas em qualquer luta de poder, querem simplesmente que os serviços realizados por elas sejam reconhecidos e a possibilidade de tomar a palavra pública, de pregar, e isto por fidelidade ao Evangelho, seja definitivamente aberta.


Na opinião das participantes, "o diaconato das mulheres só precisa ser reconhecido, porque já é exercido na Amazônia". Utilizando o mapeamento da REPAM, - em que a cada 10 representantes em posições de responsabilidade, apenas três são mulheres, - as participantes insistem que "é urgente reforçar o empoderamento, a liderança e os vários serviços e ministérios que as mulheres exercem neste território".


Além disso, salientam que "a presença do conhecimento e da sensibilidade das mulheres é essencial em todos os espaços de formação de toda a Igreja, incluindo os seminários”. A partir desta afirmação, exigem "a presença de mulheres nestes espaços tanto como formadoras e formandas, em acompanhamento espiritual e em tomadas de decisões".


Para as mulheres amazônicas, "o conteúdo sobre as mulheres deve ser indesculpavelmente ensinado pelas mulheres e deve estar presente no programa de todas as formações da Igreja". Finalmente, afirmaram que "as mulheres da Pan-Amazônia são construtoras da Igreja e renovam o compromisso com ela nesta caminhada em direção à Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe".

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