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Descobrir, escutar e responder: o caminho da vocação

Atualizado: 7 de ago.

 

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Que o mês de agosto é dedicado às reflexões e orações pelas vocações na Igreja, você já sabia. Agora, como acontece todo esse percurso vocacional, você saberia dizer? O despertar e o caminhar vocacional é longo, é um caminho que se faz com ajuda de muitos irmãos e irmãs ao longo do percurso.


No Regional Nordeste 5, assim como os demais regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tem um serviço específico para ajudar os jovens em seu despertar vocacional. A proposta é fazer com que se crie uma cultura vocacional, onde todos se sintam chamados e responsáveis pelas vocações, trata-se do Serviço de Animação Vocacional/Pastoral Vocacional, que atualmente é coordenado pelo padre Jeferson Pinheiro, presbítero da diocese de Coroatá, e composto por um bispo, padres e religiosas.


De acordo com padre Jeferson, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) tem a missão de acompanhar os animadores vocacionais de cada diocese, motivando e incentivando vocações no regional.


“Nossa missão do SAV é acompanhar os responsáveis do Serviço de Animação Vocacional nas dioceses, motivá-los por meio de troca de experiências”, afirmou padre Jeferson Pinheiro.

Atualmente a equipe regional está formada pelo bispo referencial, dom Sebastião Bandeira (bispo da diocese de Coroatá), Padre Jeferson Pinheiro como coordenador, Pe. Domingos Dias - vice coordenador (diocese de Carolina), Ir Conceição - secretária (Irmãs de Jesus Crucificado Franciscana Missionária), Seminarista Romário - comunicação (diocese de Caxias), Ir. Elda (representante da CRB - arquidiocese de São Luís), Padre Augusto (diocese de Bacabal), e o casal Max e Giovana Rego - arquidiocese de São Luís).


Parte da equipe regional do SAV/PV com dom Sebastião Bandeira. Foto: SAV/PV.
Parte da equipe regional do SAV/PV com dom Sebastião Bandeira. Foto: SAV/PV.

Após a decisão tomada pela vocação sacerdotal, por exemplo, os jovens se tornam seminaristas e passam a ser acompanhados por um padre, que é chamado de reitor. Ele vai ser responsável pela formação sacerdotal desse jovem que normalmente dura em média oito anos, passando por estudos de filosofia, teologia, e muitas outras formações.


Padre Raimundo Brito, reitor do Seminário Diocesano de Zé Doca, Dom Guido Maria Casullo, é responsável atualmente pela formação de 12 seminaristas, sendo um no propedêutico, três na filosofia, e oito na teologia.


Jovens Seminaristas da diocese de Zé Doca, com os padres Raimundo Brito e Adriano. Foto: Arquivo Pessoal.
Jovens Seminaristas da diocese de Zé Doca, com os padres Raimundo Brito e Adriano. Foto: Arquivo Pessoal.

“O ambiente religioso, os seminários ainda são bom lugar para discernimento vocacional bem como as paroquias e as famílias. Diante da velocidade das mudanças precisamos sempre nos atualizar sem perder a essência do evangelho e da vocação como dom de Deus”, alertou padre Brito.

Estre discernir, formar e ordenar, o caminho é longo. E muitos fatores podem tornar a missão possível ou não, e a família é a primeira parada obrigatória desta caminhada.


O papel da família

E a família, como vai? O papel das famílias é fundamental nesse percurso. A Igreja acredita que ela é a base, é o suporte e porto seguro para que o jovem tenha certeza de qual caminho seguir. A família deve ser a ponte e não a barreira.


“A família é fundamental na caminhada vocacional, pois é dela que nasce toda vocação. Muitas vezes um impedimento para muitos jovens é a própria família que não aceita a sua decisão vocacional.  Vejo que nossa missão como animador vocacional é trabalhar com as famílias para que elas sejam um local onde os vocacionados encontrem apoio e incentivo”, alerta padre Jeferson.


Padre Jeferson durante o VocFest realizado na diocese de Bacabal. Foto: Arquivo pessoal.
Padre Jeferson durante o VocFest realizado na diocese de Bacabal. Foto: Arquivo pessoal.
"As comunidades paroquiais devem rezar sempre pelas vocações e não somente no mês vocacional", padre Jeferson.

Padre Jeferson destaca ainda que a comunidade paroquial é uma peça importante nesse processo vocacional, para além do mês vocacional. “As comunidades paroquiais devem rezar sempre pelas vocações e não somente no mês vocacional. É na comunidade que cresce a vocação, por isso, cada um deve se sentir vocacionado e responsável pelas vocações. Somente assim teremos mais vocações para a Igreja comprometidas com a causa do Reino”, afirma.


Já padre Brito, alerta que as famílias e comunidades devem estar mais abertas à escuta e ao diálogo. “A vocação nasce na família e vida comunitária. Hoje com muitas famílias desestruturadas muitas dificuldades temos em trabalhar as vocações. Vejo que o grade problema é o sentido da vida e a falta do projeto de vida. Hoje nas famílias todos mergulhados nas redes sociais, não há abertura para dialogo, escuta, partilha e testemunho”, alertou.


Vocações em crise ou adormecidas?

Quando falamos de vocação sacerdotal, mesmo com tanto esforço por parte da Igreja, percebe-se que os números de ordenações ainda são tímidos. Para padre Jeferson as causas dessa possível crise vocacional são falta de equipes vocacionais paroquiais, falta de padres que estejam exclusivamente para o serviço vocacional, falta de estrutura das famílias e de uma cultura vocacional.


“Tenho percebido nos últimos anos que o número de seminaristas tem diminuído, também as desistências são muitas, por exemplo, da minha diocese em 2012 éramos 9 jovens no seminário menor, desses apenas três seguiram a caminhada, dois foram ordenados padres diocesanos e um entrou para o mosteiro Beneditino. Sim, acredito que passamos por uma crise, mas não a vejo com olhar negativo, acredito que as crises servem para ajudar-nos no crescimento e fortalecimento da fé”, afirmou padre Jeferson.


As mudanças no mundo, como o excesso de individualismo, e as novas tecnologias também são fatores preponderantes que atingem diretamente a caminhada vocacional dos jovens, famílias, seminários e casas religiosas.


"As mudanças culturais, o individualismo e os tentadores atrativos tecnológicos não oferecem opções para o discernimento vocacional maduro e frutuoso", padre Brito.

Esses pontos também são colocados por padre Raimundo Brito, reitor do Seminário de Zé Doca, além do imediatismo e o descartável prevalece. “As mudanças culturais, o individualismo e os tentadores atrativos tecnológicos não oferecem opções para o discernimento vocacional maduro e frutuoso. As redes sociais da Igreja quando apresentam alguma proposta vocacional quase sempre levam para um moralismo e rigorismo religioso muito fora da realidade”, criticou.


“Contudo, se percebe no meio dos jovens uma sede de Deus. E aí surgem as novas espiritualidades que tem trazido muitos jovens para a Igreja e é nossa missão acompanhá-los, para que não se sintam excluídos e encontrem apoio na Igreja. Cada grupo tem seu jeito de rezar, de realizar encontros, de cantar, e nisso está a beleza da Igreja. Precisamos escutar ainda mais nossos jovens para ajudá-los no discernimento da vocação”, ressaltou padre Jeferson.


Formação

O Serviço de Animação Vocacional realiza todos os anos um encontro formativo, voltado para padres, religiosos(as), diáconos, seminaristas e leigos. O principal objetivo é formação e animação dos mesmos na caminhada.


“Esse ano será na diocese de Bacabal, cidade de Pedreiras, de 11 a 13 de setembro. Também temos feito encontros online com os animadores vocacionais, uma forma que encontramos para irmos mantendo contanto e vendo o que cada diocese tem feito para acompanhar os jovens. Dentre várias atividades, percebemos que as dioceses tem se esforçado para não deixar os jovens dispersos, realizando despertares vocacionais, peregrinação com jovens seminaristas, acampamento vocacional e retiros”, citou padre Jeferson.


Padre Brito ainda sugere intensificar encontros presenciais, retiros, serviços sociais e visitas às famílias afim de mostrar o valor da vida e do serviço presbiteral.


Dom João Kot sempre está presente na vida formativa de seus seminaristas. Foto: Arquivo Pessoal.
Dom João Kot sempre está presente na vida formativa de seus seminaristas. Foto: Arquivo Pessoal.

Ouvir o chamado de Deus

Para padre Brito, ouvir o chamado de Deus através do serviço aos irmãos e irmãs foi o que motivou sua vocação sacerdotal. “O que motivou minha vocação foi servi a Deus nos irmãos com alegria e fé, e isto é o que me sustenta. A esperança não decepciona. Precisamos sempre nos encher de esperança e fé, testemunhando com a vida nosso amor a Deus e aos irmãos sem nos afastar do evangelho e da voz do Bom Pastor que nos conduz”, lembrou.


Padre Brito durante comemoração de seu aniversário com os seminaristas e o bispo diocesano, dom João Kot. Foto: Arquivo Pessoal.
Padre Brito durante comemoração de seu aniversário com os seminaristas e o bispo diocesano, dom João Kot. Foto: Arquivo Pessoal.

Segundo padre Jeferson, é preciso ter coragem para ouvir o chamado de Deus. “Deus continua nos chamando para vocações específicas, se vocês sentem esse chamado, digam sim, como Maria, como os discípulo de Jesus. Não tenham medo, Deus vê o coração, e mesmo diante de nossas imperfeições, ele chama, acolhe e capacita. Tenha coragem. Reze. Procure alguém da comunidade, padre, irmã, leigos que possam te orientar e ajudar no discernimento. Mas não fiquei na dúvida: será que dá certo? Será que vou conseguir? Vinde e vede. Fazer uma experiência é muito importante e enriquecedor”, aconselha padre Jeferson.


Sendo assim, ouvir o chamado de Deus é algo especial e cada um tem uma resposta diferente, mas se você quer atender e compreender melhor esse chamado, procure o Serviço de Animação Vocacional em sua diocese. Após o período de discernimento, o caminho é a formação nos seminários, se sua vocação for sacerdotal; ou a formação nos conventos, se sua vocação for religiosa; se for matrimonial a Pastoral Familiar é quem pode ajudar; e para a laical, a Igreja te acolhe com alegria para ser um novo agente de transformação.


Por Ariana Frós | Jornalista | Ascom Regional Nordeste 5 da CNBB.



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