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Comunicar a esperança para partilhar com mansidão

A Mensagem para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais assinala que os cristãos devem comunicar com esperança. Sem fechamentos e com atitudes de abertura e amizade. Mesmo nas situações mais desesperadas. “Uma comunicação atenta, amável, refletida, capaz de indicar caminhos de diálogo”.



Rui Saraiva – Portugal


Foi Francisco quem escreveu a Mensagem, mas é Leão quem vai celebrar o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais a 1 de junho, domingo da Ascensão do Senhor.


O Santo Padre dará, assim, continuidade ao encontro que teve com os órgãos de comunicação social, logo nos primeiros dias do seu pontificado.


Responsabilidade e esperança

Na ocasião, Leão XIV lembrou que “a Igreja deve aceitar o desafio do tempo” e sublinhou que os jornalistas devem também fazer o mesmo, pois “não podem existir uma comunicação e um jornalismo fora do tempo e da história”.


É, precisamente, a partir da análise da atualidade que a Igreja propõe o texto para este Dia Mundial das Comunicações Sociais, criado em 1963 pelo decreto “Inter Mirifica” no âmbito do Concílio Vaticano II.


“Partilhai com mansidão a esperança que está nos vossos corações” é o título de uma Mensagem que começa por sublinhar vivermos num tempo “marcado pela desinformação e pela polarização, no qual alguns centros de poder controlam uma grande massa de dados e de informações sem precedentes”.


“Hoje mais do que nunca, é necessário o vosso trabalho de jornalistas e comunicadores”, revela o texto, acentuando a necessidade de um “compromisso corajoso” que coloque “no centro da comunicação a responsabilidade pessoal e coletiva para com o próximo”.


“Gostaria de vos convidar a ser comunicadores de esperança”, diz o Papa aos media.

Desarmar com mansidão e sem fechamentos

No texto proposto é muito significativa a expressão “desarmar a comunicação”, através da qual o Santo Padre apela a uma comunicação que gere esperança e não “medo e desespero, preconceitos e rancores, fanatismo e até ódio” que é o que, por vezes, acontece com as “guerras verbais nas redes sociais”.


Em particular, o documento refere o fenómeno da “dispersão programada da atenção” através de sistemas digitais que, ao traçarem perfis de acordo com as lógicas do mercado, podem alterar a perceção da realidade.


“Acontece, portanto, que assistimos, muitas vezes impotentes, a uma espécie de atomização dos interesses, o que acaba por minar os fundamentos do nosso ser comunidade, a capacidade de trabalhar em conjunto por um bem comum, de nos ouvirmos uns aos outros, de compreendermos as razões do outro”, pode-se ler no texto.


Por isso, é preciso escolher comunicar com esperança, porque “para os cristãos, a esperança não é uma escolha, mas uma condição imprescindível”.


O Santo Padre cita a Primeira Carta de São Pedro onde “encontramos uma síntese admirável na qual se relacionam a esperança com o testemunho e a comunicação cristã: «no íntimo do vosso coração, confessai Cristo como Senhor, sempre dispostos a dar a razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la peça; com mansidão e respeito»”, diz a Primeira Carta de São Pedro.


“Uma comunicação que saiba fazer de nós companheiros de viagem de tantos irmãos e irmãs nossos”, diz o texto. Sem fechamentos e com atitudes de abertura e amizade. Mesmo nas situações mais desesperadas é preciso ser capaz de falar ao coração com empatia e interesse pelos outros.


“Uma comunicação que seja capaz de falar ao coração, de suscitar não reações impetuosas de fechamento e raiva, mas atitudes de abertura e amizade; capaz de apostar na beleza e na esperança mesmo nas situações aparentemente mais desesperadas; de gerar empenho, empatia, interesse pelos outros”, afirma o Papa.


Juntos na esperança

Em ano de Jubileu que tem como lema “Peregrinos de esperança”, a Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, recorda a importância de caminhar em conjunto. “A esperança é sempre um projeto comunitário”, diz o texto.


“Pensemos, por um momento, na grandeza da mensagem deste ano de graça: estamos todos – realmente todos! – convidados a recomeçar, a deixar que Deus nos reerga, nos abrace e inunde de misericórdia. E entrelaçadas com tudo isto estão a dimensão pessoal e a dimensão comunitária. É em conjunto que nos pomos a caminho, peregrinamos com tantos irmãos e irmãs, e, juntos, atravessamos a Porta Santa”, refere o documento.


O Jubileu “abre-nos à esperança, aponta-nos a necessidade de uma comunicação atenta, amável, refletida, capaz de indicar caminhos de diaáogo”, refere a Mensagem acrescentando que “este tipo de comunicação pode ajudar a tecer a comunhão, a fazer-nos sentir menos sós, a redescobrir a importância de caminhar juntos”.


A Mensagem para a edição de 2025 do Dia Mundial das Comunicações Sociais, apela para que o coração não seja esquecido e lança algumas pistas de reflexão que aqui citamos nas palavras de Francisco, agora assumidas por Leão XIV:


Sede mansos e nunca esqueçais o rosto do outro; falai ao coração das mulheres e dos homens ao serviço de quem desempenhais o vosso trabalho”.


“Não permitais que as reações instintivas guiem a vossa comunicação. Semeai sempre esperança, mesmo quando é difícil, quando custa, quando parece não dar frutos”.


“Procurai praticar uma comunicação que saiba curar as feridas da nossa humanidade”

“Sede testemunhas e promotores de uma comunicação não hostil, que difunda uma cultura do cuidado, construa pontes e atravesse os muros visíveis e invisíveis do nosso tempo”.


“Contai histórias imbuídas de esperança, tomando a peito o nosso destino comum e escrevendo juntos a história do nosso futuro”.


Laudetur Iesus Christus

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