Por Vanessa Xisto/Rosa M. Martins
Este é um dos gritos que ecoou pelas ruas de Belém, durante a Marcha de abertura do X Fórum Social Pan-Amazônico que reuniu cerca de 5 mil pessoas na tarde desta quinta-feira, 28 de julho, com o objetivo de articular povos e movimentos sociais de diferentes países em torno de questões econômicas sociais e ambiental relacionados a região Amazônica, como também, combater o racismo e o autoritarismo; defender os territórios e o autogoverno dos povos nas selvas, rios, campos e cidades e deter a destruição ambiental da Amazônia.
Para a organização a 10ª edição desse Fórum escolhe o Brasil como sede devido às ofensivas do governo ao bioma, aos direitos dos povos tradicionais e à necessidade de fortalecer novas alternativas e ações estratégicas em defesa do território.
“Não podemos renunciar à Amazônia. Ela é um território sagrado”, diz missionário.
Não é a primeira vez que padre Paulo da Silva (o padre Paulinho), missionário Oblato de Maria Imaculada, se coloca em marcha com a maioria brasileira na defesa dos povos e da floresta, do meio ambiente, das causas sociais. Ele trabalhou por cinco anos com a missionária norte-americana e mártir, Dorothy Stang. Ele, também, não renuncia à Amazônia. “Nós não podemos renunciar à Amazônia porque ela é um bioma central da vida da população, da vida do planeta. Não só pela floresta que ela tem, mas pela defesa dos povos tradicionais e indígenas. Aqui está uma cultura que não pode ser trocada por dinheiro, por nenhuma de agronegócio. Amazônia é um território sagrado que está aqui antes da invasão portuguesa”, afirmou.
O que é o FOSPA?
O Fórum Social Pan-Amazônico (FOSPA) é um evento/processo de alcance global que surge no âmbito do Fórum Social Mundial, para lutar pela vida, a Amazônia e seus povos. É um espaço de articulação dos povos e movimentos sociais para a incidência e a resistência política e cultural frente ao modelo de desenvolvimento neoliberal, neocolonial, extrativista, discriminador, racista e patriarcal.
Em todos os países da Pan-Amazônia, nossos povos seguem sua luta secular contra o colonialismo, o capitalismo, o racismo, o patriarcado, o extrativismo e tantas outras estruturas assimétricas e violentas de poder que vem promovendo genocídio, etnocídio e ecocídio. A união para o fortalecimento das resistências dos povos da Pan-Amazônica constitui o sentido do FOSPA.
Ao tempo em que precisamos alimentar as lutas e resistências dos nossos povos em todos os territórios da Pan-Amazônica, precisamos, também, de uma leitura estratégica, histórica e geopoliticamente situada da conjuntura de nossa região, que nos possibilite tomar decisões que articulem forças para a defesa da Pan-Amazônica e de seus povos.
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